images/imagens/1200x700.png

Soraya Smaili ressalta que jovens pesquisadores podem produzir ciência pelo Brasil

A coordenadora do centro SoU_Ciência, Soraya Smaili, comentou hoje a notícia publicada na imprensa de que pesquisadores brasileiros nos Estados Unidos estão sobrevivendo com doações de alimentos de uma instituição de combate à fome e fazendo bicos como "cobaias" em experimentos científicos, pelo fato dos valores das bolsas que recebem de instituições como Capes (ligada ao Ministério da Educação), CNPq (do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações) e Fapesp (da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação do governo do estado de SP) serem insuficientes para viverem no país.

Soraya Smaili ressaltou que o SoU_Ciência já havia denunciado estas dificuldades enfrentadas pelos pesquisadores e vários outros problemas relacionados aos valores das bolsas no último ano.

"Muitos pesquisadores brasileiros tiveram que sair do país no período dos últimos 4 anos devido à política de destruição da Ciência de Bolsonaro. A maioria desses pesquisadores são jovens, que não têm vínculos empregatícios no Brasil, mas que são cérebros que estão com a formação extremamente atualizada e produzindo muito conhecimento. Eles muitas vezes se submetem às situações desfavoráveis para continuarem na pesquisa. Por isso é importante termos uma política clara para o retorno desses jovens, para que possam produzir ciência aqui em nosso país e contribuir para o desenvolvimento não só em institutos públicos, mas também no setor privado, que pode investir em pesquisa e desenvolvimento (P&D)", declarou.

Além de não sofrerem reajustes desde 2013, as bolsas de estudo para alunos e pesquisadores de pós-graduação oferecem remuneração abaixo do valor de mercado. Estudo realizado pela Associação Nacional de Pós-Graduandos (ANPG), mostra que se houvesse reajuste inflacionário, as bolsas de mestrado e doutorado da Capes e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) deveriam ter um aumento de 67,97%. O estudo leva em consideração os dados de inflação medidos pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC). Felizmente o novo governo anunciou o reajuste nas bolsas será uma das primeiras medidas neste início de 2023.