- Apresentação
- Missão
- Objetivos
- Manifesto de fundação
- Temas de Pesquisa
- Linhas de Pesquisa
- Apoio
- Relatórios
Apresentação
SOU_CiÊNCIA é um Centro de Estudos e Think Tank sobre Sociedade, Universidade e Ciência. É um Grupo de Pesquisa multidisciplinar cadastrado no CNPq, sediado na Unifesp e composto por uma equipe de pesquisadores de todos os campi e de outras universidades, com histórico de pesquisa, inovação e gestão em Educação Superior e Ciência, Tecnologia e Inovação (CT&I). O SOU_CIÊNCIA também conta com um Comitê Científico de alto nível, com representação nacional e internacional.
Adotamos a política de ciência aberta e pública, creative commons e transparência de dados em todas as pesquisas realizadas.
Data de Fundação: 8 de julho de 2021.
Coordenação geral: Profa. Dra. Soraya Smaili.
Missão
Fortalecer a conexão entre Universidade, Ciência, Sociedade e Estado em favor do desenvolvimento nacional com equidade, democracia, diversidade, sustentabilidade e solidariedade, em uma sociedade capaz de garantir a cidadania e o bem-estar para todos/as.
Objetivos
Produzir análises, diagnósticos e propostas na área de Educação Superior e CT&I, considerando seus benefícios socioeconômicos e ambientais, ampliando a articulação Universidade, Sociedade e Governos, com o objetivo de apoiar a tomada de decisão e avaliação de impacto em políticas públicas e na garantia de direitos. Nosso propósito é apresentar em termos concretos a importância estratégica e os benefícios do sistema universitário e científico no desenvolvimento tecnológico, econômico, social e cultural do país, em especial o voltado ao interesse público, na ampliação da cidadania e da qualidade de vida para todos/as. Com isso, apontar as condições necessárias para construir a médio e longo prazo a existência e o financiamento da Educação Superior e da CT&I, dando ênfase à importância do seu caráter autônomo, democrático, plural e inclusivo.
Manifesto de fundação
A QUE VIEMOS?
NOSSO MANIFESTO DE CRIAÇÃO
O momento que vivemos é dramático. Chegada a pandemia, o vírus se espalhou rapidamente e impôs uma mudança drástica em nosso mundo. Hoje, mais de meio milhão de vidas, apenas no Brasil, já foram perdidas. Conviveremos por décadas com as sequelas físicas, emocionais e sociais da Covid-19. Ao mesmo tempo, forças contrárias à Vida e à Democracia implementam um projeto nocivo ao país. Contrárias à Igualdade, à Diversidade, à Sustentabilidade, à Cultura, às Universidades e à Ciência, articulam o aprofundamento do caos como estratégia de dominação, de autoperpetuação no poder e de predação econômica e ambiental. Contrapõem falsamente a Vida à economia. Subfinanciam, descoordenam e atacam os sistemas públicos de Saúde, Ciência e Educação no momento em que são mais decisivos do que nunca. Conjuram golpes e o desmanche do Estado. Do desmantelamento da fiscalização ambiental ao ataque direto às Universidades, essas forças apostam em um futuro de obscurantismo, fundamentalismo e atraso para o país. A pandemia de Covid-19 é grave, mas é conjuntural, entretanto fica ainda mais grave em vista dos problemas estruturais enfrentados pelas populações mais vulneráveis, que se acumulam e vão muito além do vírus. A pandemia funciona como um evento extremo que evidencia de forma ainda mais aberta e nítida a desigualdade estrutural e brutal da sociedade brasileira, mas não é a sua causa – que precisa ser compreendida e combatida.
O momento que vivemos exige Ciência atuante e socialmente referenciada. Não será o negacionismo que irá promover a Vida, o desenvolvimento e a inclusão de que o país e o mundo precisam. A pandemia de Covid-19 mostrou mais uma vez o poder do conhecimento. Os cientistas brasileiros e de outros países se debruçaram sobre o vírus, atuaram coletivamente e deram respostas quando a humanidade mais necessitava. No Brasil, 90% da Ciência é produzida nas Universidades, em especial, nas Universidades Públicas. Os estudos clínicos das vacinas que estão sendo aplicadas no Brasil foram feitos por cientistas das Universidades, da USP e da Unifesp. A produção, quer com princípio ativo importado, quer com tecnologia transferida, está vindo de duas fábricas públicas, o Instituto Butantã e a Fiocruz. Temos também pelo menos 15 vacinas em desenvolvimento no nosso país, sendo 5 em estágios avançados. Por outro lado, os cortes no orçamento da Ciência foram brutais nos últimos anos. Passamos de um orçamento do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (incluindo CNPq, Finep, FNCT) de R$ 11 bilhões (em média, entre 2012-2015) para R$ 3 bilhões em 2020 e menos de R$ 2 bilhões em 2021, quando mais precisávamos de investimentos na área. A fuga de cérebros para o exterior é enorme, pois os jovens cientistas brasileiros não encontram ambiente para realizarem suas pesquisas. Além da urgente recomposição do financiamento da Ciência, o Brasil estaria melhor se a tomada de decisão de governos em todos os níveis da administração pública estivesse baseada em informações, análises e dados confiáveis, respaldados em conhecimento socialmente referenciado e com base em evidências científicas.
O momento que vivemos exige Universidades fortes e plurais. Mesmo sofrendo ataques e com cortes contínuos em seu financiamento desde 2016, as Universidades públicas atuaram decisivamente em defesa da Vida e da Sociedade. Foram as universidades públicas, com seus 68 hospitais universitários (federais e estaduais) e ao lado de institutos de pesquisa e de nosso Sistema Único de Saúde, que garantiram as condições mínimas de combate à pandemia – com apoio da sociedade civil, líderes comunitários, de governadores, prefeitos, parlamentares e outras forças não negacionistas. Mais de duas mil pesquisas sobre o vírus foram colocadas rapidamente em andamento, mesmo sem o financiamento devido, com muito trabalho voluntário. Centenas de laboratórios nas Universidades passaram a contribuir com a produção de álcool gel, Equipamentos de Proteção Individual, respiradores, peças de manutenção, ajudando a amparar e equipar a linha de frente de combate à Covid-19. A extensão universitária permaneceu ativa, em diálogo com a Sociedade, colaborando com redes de solidariedade e levando informações confiáveis. Apesar disso, as Universidades estão sob ataque nesse momento, em consequência também de sua própria transformação recente. Deixaram de ser um espaço de reprodução social e cultural quase exclusivo das elites e classes médias brancas e urbanas, para se tornarem mais plurais, multiculturais e democráticas, graças à expansão de vagas, às novas localizações dos campi e às políticas afirmativas. Estamos formando uma nova geração de líderes científicos e intelectuais que não são apenas das classes dominantes – e isso pode mudar o Brasil.
O momento que vivemos exige ação. Nesse cenário preocupante e turvo, cresce a certeza de que precisamos defender e preservar as universidades e a Ciência brasileiras. Não podemos deixar que esse patrimônio nacional seja destruído em meio à barbárie atual. A pandemia de desinformação e negacionismo só pode ser combatida por meio da Educação, em todos os níveis, em especial a Educação associada à pesquisa, socialmente referenciada e baseada em evidências, fazendo análises a partir de dados concretos e envolvendo a sociedade como sujeito de conhecimento. Já não é mais possível governar o país alimentando-se da desinformação e de fake news. É hora de agir! Por isso, um grupo de pesquisadores(as) e professores(as) universitários(as), que se amplia a cada dia, se associa para a criação de um Centro de Estudos, o SOU_CIÊNCIA, que tem como missão estudar e acompanhar a Educação Superior, a Ciência, a Tecnologia e a Inovação produzidas nas Universidades brasileiras e fortalecer sua conexão permanente com a Sociedade e com Governos em defesa da Vida e da Educação.
SOU_CIÊNCIA: Sociedade – Universidade – Ciência. Este é o nome do Centro que criamos neste ato, no dia do Cientista e do Pesquisador. Para atuar de maneira multidisciplinar, em conexão efetiva com amplos setores sociais, agregando Universidades e uma pluralidade de saberes, atuando em favor de um desenvolvimento econômico e social, da redução das históricas desigualdades, visando uma transformação democrática, inclusiva, solidária e sustentável do Brasil. Pretendemos acompanhar e avaliar as políticas adotadas na Educação Superior e na produção de Ciência, Tecnologia e Inovação, na elaboração de diagnósticos e na formulação de proposições para Governos e Sociedade, criando alternativas para a tomada de decisões relacionadas às políticas públicas. Estaremos em contato e colaboração com a Sociedade e os Governos, por meio dos diferentes canais de comunicação, tornando o conhecimento produzido mais acessível, emitindo opiniões com base em evidências e a favor da Vida.
SOU_CIÊNCIA. Estejamos todas e todos do lado da Vida!
Brasil, 8 de julho de 2021.
Dia Nacional da Ciência.
Temas de Pesquisa
Tema 1- POLÍTICAS PARA EDUCAÇÃO SUPERIOR, CIÊNCIA E TECNOLOGIA E SEUS FINANCIAMENTOS
O Tema de pesquisa 1 do SoU_Ciência pretende analisar os benefícios, os limites e os equívocos da política de expansão e de financiamento da Educação Superior brasileira e de ciência e tecnologia, desde o fim da década de 1980 até o ano de 2020, e propor medidas necessárias para um novo ciclo consistente de crescimento, comprometido com as necessidades do desenvolvimento democrático, sustentável e inclusivo do país e de sua população. Para alcançar os objetivos propostos foram criados dois Eixos e quatro linhas de pesquisas, a saber:
Eixo 1: Políticas para educação superior, ciência e tecnologia: passado, presente e futuro
Linha de Pesquisa 1 - Caracterização da expansão da Educação Superior;
Linha de Pesquisa 2 - Perfil e trajetória estudantil na Educação Superior;
Linha de Pesquisa 3 - Trajetórias pós Educação Superior: análise de egressos;
Eixo 2: Financiamento da educação superior, ciência e tecnologia: elementos para a retomada da expansão e do desenvolvimento soberano
Linha de Pesquisa 4 - Financiamento da Educação Superior pública e Ciência e Tecnologia (no âmbito das Universidades).
Tema 2-UNIVERSIDADES NA GARANTIA DE DIREITOS, DA DEMOCRACIA E DA VIDA
Este tema de pesquisa-ação do SoU_Ciência pretende analisar e divulgar como as universidades, institutos tecnológicos e de pesquisa brasileiros atuam e colaboram com a sociedade e com as administrações públicas na defesa da democracia e na garantia de direitos, em especial do direito à vida – entendido como garantia das condições de vida digna aos sujeitos, às sociedades e ao planeta, no presente e para as futuras gerações. Irá identificar pesquisas e ações realizadas ou em curso nas instituições mencionadas com esses objetivos, considerando as condições favoráveis (ou desfavoráveis) à sua realização, o ambiente institucional, o fomento, a metodologia utilizada, a forma de articulação com sociedade, governos e empresas. Os mapeamentos temáticos, avaliações críticas e prospectivas visam a colaborar na compreensão de como o sistema universitário público brasileiro está atuando, em especial na pandemia Covid-19 e em perspectivas de futuro, dar visibilidade a essas iniciativas, ampliar conexões em rede, com a sociedade e governos, indicar novos formatos de fomento e articulação com políticas públicas, que permitam a multiplicação de iniciativas similares, ampliação de escala e impacto. Pretende-se, ainda, identificar lacunas e ausências de temas/problemas que podem ser desenvolvidos nas universidades públicas em defesa da vida, da democracia e da justiça social. O objetivo geral é contribuir para que as universidades públicas sejam instituições cada vez mais reconhecidas e relevantes para a sociedade brasileira, aprimorando métodos, ações e políticas, espaços de interlocução e formatos de comunicação, na garantia da cidadania e da vida em um futuro próximo de reconstrução e reinvenção nacional.
Linhas de Pesquisa
LINHA DE PESQUISA 1: CARACTERIZAÇÃO DA EXPANSÃO DA EDUCAÇÃO SUPERIOR
OBJETIVOS PRINCIPAIS:
- Analisar os programas de expansão da Rede Federal de Educação Superior e seu financiamento (2004-2020)
- Analisar a expansão da Rede Privada de Educação Superior (2000-2020)
- Analisar da relação entre ensino, pesquisa e extensão no processo de expansão da Educação Superior (2000-2020)
PERGUNTAS DE PESQUISA:
- Como se deu o processo de expansão da Rede Federal de Educação Superior no Brasil (expansão das IFES, criação de novas IFES, reorganização e expansão da rede técnica e Uab), considerando a dimensão territorial, as modalidades de oferta e a diversidade de áreas de conhecimento?
- Como caracterizar o financiamento da educação superior federal no Brasil, em especial considerando a análise do custo do aluno de Instituição Federal de Educação Superior (IFES)?
- De que forma a expansão das IES privadas (considerando criação do FIES em 1999 e do Prouni em 2004 como elementos-chave deste processo) contribuiu (ou não) para o enfrentamento das desigualdades educacionais e sociais no Brasil?
- Como se deu a expansão da Educação Superior brasileira nas últimas décadas quando comparada com outros países do mundo?
- Como, no processo de expansão da educação superior no Brasil, as relações entre ensino, pesquisa e extensão foram constituídas?
OBJETIVOS SECUNDÁRIOS E FONTES (perguntas 1 e 2):
- Verificar para cada programa da Rede Federal de Educação Superior, em comparação ao que existia antes da expansão: número de matrículas criadas; interiorização; dimensão territorial e assimetrias regionais; perfil socioeconômico de alunos; evasão; desempenho no Enade
- Analisar a influência da criação de novos campi e novas IFES no desenvolvimento econômico local, incluindo não apenas a expansão do comércio mas também a contribuição para o desenvolvimento científico e tecnológico
- Verificar o custo financeiro de cada programa da expansão
- Apresentar sugestões para a revisão da política/programa
Fontes: Microdados do Censo da Educação Superior e do Enade
OBJETIVOS SECUNDÁRIOS E FONTES (pergunta 3 e 4):
- Analisar a cartelização do setor, privadas de grandes grupos com fins lucrativos
- Analisar a qualidade da oferta (separada entre grandes grupos, com e sem fins lucrativos e considerando a diferença entre confessionais/comunitárias e instituições de caráter mercantil, comparados com as públicas)
- Comparar a oferta pública e privada no mundo
- Analisar a evasão nos primeiros anos (separada entre grandes grupos, com e sem fins lucrativos e considerando a diferença entre confessionais/comunitárias e instituições de caráter mercantil, comparados com as públicas)
- Analisar o papel da EaD nesse contexto
- Avaliar o Fies (perfil do aluno, Enade do curso, retenção) – médio prazo
- Avaliar o Prouni (perfil do aluno, Enade do curso, retenção) – médio prazo
- Apresentar sugestões para a revisão da política/programa
Fontes: Microdados do Censo da Educação Superior e do Enade, Relatórios da ONU e OCDE
OBJETIVOS SECUNDÁRIOS E FONTES (pergunta 5):
- Analisar a presença da pesquisa e da extensão nos cursos de graduação, considerando as diferenças na expansão das instituições públicas e privadas de caráter confessional/comunitário e instituições privadas de caráter mercantil
- Realizar um mapeamento detalhado da iniciação científica nos cursos de graduação – médio prazo
- Realizar um estudo das relações entre a expansão de cursos de graduação com pouco/nenhum vínculo com pesquisa/extensão com a precarização do trabalho docente – médio prazo
Fontes: Microdados do Censo da Educação Superior e dados da Capes e banco dos programas de extensão da Andifes
LINHA DE PESQUISA 2: PERFIL E TRAJETÓRIA ESTUDANTIL NA EDUCAÇÃO SUPERIOR
OBJETIVOS PRINCIPAIS:
- Analisar o perfil, o desempenho e a trajetória acadêmica de estudantes cotistas e não cotistas (2017-2019)
- Analisar a política de reservas de vagas nas instituições federais comparando o permanência entre cotistas e não cotistas (2013-2020)
- Analisar as políticas de permanência estudantil e demais políticas sociais diretamente relacionadas à Educação Superior e seus impactos na redução da evasão nas Instituições Federais (2014-2020)
- Analisar a acessibilidade de instituições de Educação Superior em relação às Pessoas com Deficiência (1990-2020) – médio prazo
PERGUNTAS DE PESQUISA:
- Qual o perfil, o desempenho e a trajetória acadêmica de estudantes das IES públicas e que efeito tiveram as cotas e a expansão (no caso das IFES) sobre isso?
- Tendo em vista o perfil, o desempenho e a trajetória acadêmica de estudantes das IES públicas, quais as recomendações para a revisão da LEI de Cotas programada para 2022?
- Como a criação das políticas de permanência estudantil têm influenciado para que estudantes em estado de vulnerabilidade consigam concluir o curso em que estão matriculados?
- Tendo em vista o perfil e a trajetória acadêmica de estudantes das IES públicas, quais as recomendações para a revisão da LEI de Cotas programada para 2022?
- Como a criação das políticas de cotas e de permanência estudantil têm influenciado para que estudantes com deficiência consigam concluir o curso em que estão matriculados? – médio prazo
OBJETIVOS SECUNDÁRIOS E FONTES (perguntas 1 e 2):
- Comparar o perfil socioeconômico dos alunos das públicas e privadas, separando as públicas entre alunos presenciais das Universidades Federais e Cefets, IFETs, Estaduais e alunos de EaD (UAB) e as privadas, separando os alunos dos grandes grupos educacionais presencial e EaD das outras privadas, com e sem fins lucrativos e por modalidade presencial e EaD. Avaliar como estes perfis se comportam por carreiras.
- Comparar o perfil dos alunos das IFES que fizeram o Enade do ciclo 2017-2019 e que entraram em cursos criados na expansão com aqueles que fizeram cursos criados antes da expansão. Também neste caso verificar a influência dos cursos.
- Comparar o perfil dos alunos das IFES que fizeram o Enade do ciclo 2017-2019 que entraram por cotas com aqueles que não entraram por cotas (separados por categoria administrativa, por tipo de cota).
- Comparar o desempenho dos alunos no Enade do ciclo 2017-2019, olhando diretamente a média das notas que constam dos micro dados: i. comparação Publicas X privadas, separando por tipo de IES (Universidades Federais, Estaduais, IFETs etc.), ii. separando no caso das IFES alunos em cursos antes e depois da expansão e iii. Verificando as diferenças entre alunos cotistas e não cotistas.
- Sugestões para a revisão da política/programa
Fonte: Microdados do Enade
OBJETIVOS SECUNDÁRIOS E FONTES (perguntas 3 e 4):
- Analisar as características que influenciam as probabilidades de conclusão e desistência, além da duração no curso, comparando alunos ingressantes através de vagas reservadas e os que ingressaram através da ampla concorrência
- Considerar a dimensão territorial da expansão das vagas, o impacto social (redução da pobreza, observando renda familiar após a conclusão do curso, primeira geração com ensino superior etc.) com vistas a uma compreensão do impacto da política de cotas na redução das desigualdades sociais
- Sugestões para a revisão da política/programa
Fonte: Microdados do Censo da Educação Superior
OBJETIVOS SECUNDÁRIOS E FONTES (pergunta 5): – médio prazo
- Observar o ingresso e a permanência de pessoas com deficiência (PcD) nos cursos de graduação e de pós-graduação
- Sugestões para a revisão da política/programa
Fonte: Microdados do Censo da Educação Superior
LINHA DE PESQUISA 3: TRAJETÓRIAS PÓS EDUCAÇÃO SUPERIOR: ANÁLISE DE EGRESSOS
OBJETIVOS PRINCIPAIS:
- Analisar a inserção laboral de egressos/as da Educação Superior e impactos para o desenvolvimento social, cultural, científico, econômico e territorial do país (2004 a 2020) - inicialmente, será um estudo de caso da Unifesp
- Analisar as relações entre democratização do acesso ao ensino superior e formação política dos cidadãos – médio prazo
PERGUNTAS DE PESQUISA:
- Como o processo de expansão colaborou para a formação e a inserção laboral de egressos(as) da Educação Superior (Unifesp), considerando, em especial, os espaços e modos de atuação profissional?
- A passagem pela Educação Superior (Unifesp) contribui para a redução das desigualdades educacionais e sociais no Brasil?
- Como se caracteriza o engajamento cívico e político de egressos(as) da Educação Superior? – médio prazo
OBJETIVOS SECUNDÁRIOS E FONTES (perguntas 1 e 2):
- Compreender de que modo a expansão da Educação Superior (Unifesp) contribuiu para a inserção laboral de egressos/as da Educação Superior e os impactos sociais, econômicos, científicos, culturais e territoriais dessa inserção
- Sugestões para a revisão da política/programa
Fontes: Questionários da Unifesp, Plataforma Lattes, CNPJ, Justiça Eleitoral, RAIS
OBJETIVOS SECUNDÁRIOS E FONTES (pergunta 3) – médio prazo:
- Analisar o comportamento político de cotistas e comparar valores e atitudes de estudantes egressos de IES públicas e privadas – médio prazo
Fonte: levantamentos sobre o perfil de estudantes matriculados e egressos que são cívica e politicamente mais engajados (considerando faixa etária, etnia, renda, área de conhecimento, curso, período etc.)
LINHA DE PESQUISA 4: FINANCIAMENTO DA EDUCAÇÃO SUPERIOR PÚBLICA E CIÊNCIA E TECNOLOGIA (NO ÂMBITO DAS UNIVERSIDADES)
OBJETIVOS PRINCIPAIS:
- Analisar o financiamento nas Universidades, da Ciência e da Tecnologia – a prioridade no momento será as IES públicas e a Ciência nelas produzida
- Analisar as políticas de Financiamento da C&T e o impacto no desenvolvimento econômico e social
PERGUNTAS DE PESQUISA:
- Como se dá o financiamento da Educação Superior ? Análise da série histórica dos orçamentos das universidades federais em uma primeira etapa. Em uma etapa posterior analisar as Estaduais, a partir da série histórica e experiência das Estaduais Paulistas;
- Como se dá o financiamento da Ciência e da Tecnologia desenvolvidas nas universidades, com enfoque nas universidades públicas;
- Como se dá o financiamento do sistema de C&T e a composição proporcional de recursos públicos e privados ? Quais são as principais fontes de financiamento ?
- Qual é o investimento em Ciência e Tecnologia em relação ao PIB ? A comparação em termos do PIB deve ser utilizada para comparação com outros países ?
- Em que setores estão sendo utilizados os recursos públicos e o orçamento da C&T no Brasil?
- Como são formuladas as políticas de CT&I e como são identificados os temas de pesquisa estratégicos ou portadores de futuro ?
- Como se dão as proposições de novos modelos e estratégias para a solução dos problemas nacionais e áreas prioritárias de investimento em CT&I no Brasil?
- Como se deu a organização dos Fundos Públicos e qual o impacto da utilização dos Fundos Públicos para o desenvolvimento ?
- Qual a aplicação dos Fundos Públicos em Educação Superior e CT, com especial atenção ao Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT)?
OBJETIVOS SECUNDÁRIOS E FONTES (perguntas 1 a 5):
- Compreender o financiamento da C&T, considerando os históricos de recursos para programas de financiamento, o orçamento público para C&T, bem como sua origem e composição, a alocação desses recursos (por área, região), os mecanismos de avaliação do uso desses recursos, a relação com o PIB e a comparação com outros países do mundo, tanto em termos de usos de recursos públicos e privados, quanto de participação no PIB
- Verificar a “fuga de cérebros” do Brasil.
- Problematizar as concepções de CT&I que subsidiam as políticas em curso.
- Sugestões para a revisão da política/programa
Fontes: IBGE, IPEA, FNDCT, CNPQ, CAPES, FINEP, BNDES, EMBRAPII, Portal da Transparência, Relatórios de diferentes ministérios e programas, SIAFI e SIGA Brasil, Relatórios do CGEE, Agências Estaduais de Fomento à CT&I e Fundos Setoriais de Ciência e Tecnologia, Relatórios da ONU, CEPAL e OCDE, Relatórios do Banco Mundial e da CIA
OBJETIVOS SECUNDÁRIOS E FONTES (perguntas 6 a 9):
- Analisar como são formuladas as políticas de ciência e de aplicação dos recursos para o desenvolvimento científico e tecnológico; indicar e propor a apresentação de propostas; analisar o impacto da utilização de fundos públicos, particularmente os do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Ciência e Tecnologia (FNCDT).
- Sugestões para a revisão da política/programa
Fontes: IBGE, IPEA, FNDCT, Portal da Transparência.
LINHA DE PESQUISA 5: PERCEPÇÃO DA RELAÇÃO ENTRE SOCIEDADE, UNIVERSIDADES PÚBLICAS E CIÊNCIA BRASILEIRA
OBJETIVO: Compreender como a pandemia da Covid-19 trouxe maior evidência da importância e do papel da ciência e das universidades avaliando como diferentes grupos sociais (com variadas estratificações sociodemográficas, políticas, identitárias, regionais etc.) manifestam sua opinião e relação com a ciência (e com o negacionismo), as universidades, entre outras análises temáticas e interseccionais da relação Universidade, Ciência e Sociedade.
PERGUNTAS DE PESQUISA:
- Como a pandemia da Covid-19 pode ter alterado a percepção da sociedade (em seus diversos segmentos sociais) sobre as universidades e a ciência?
- Dada a conflitividade e a desigualdade da sociedade brasileira, ampliada nos últimos anos, como os diferentes segmentos entendem o papel da ciência e das universidades públicas na transformação social ou manutenção do status quo?
- Como atuam e quais são as principais redes de propagação do negacionismo, da desinformação e do ataque ideológico às universidades e à ciência? E, de outro lado, como atuam e quais são as redes e instituições pró-ciência e universidades?
- Como ampliar a interlocução com a sociedade, reconhecendo perguntas e dúvidas da população sobre temas da ciência em sua relação com a vida cotidiana?
MATERIAL E MÉTODOS:
- Avaliação de literatura e pesquisas prévias sobre percepção social da ciência, cientistas e universidades no Brasil;
- Levantamentos de Opinião Pública (LOP) sobre ciência e universidades em parceria com o instituto Idea Big Data;
- Pesquisas qualitativas com grupos focais para aprofundar pesquisas com grupos selecionados por temas ou perfis, identificados em análises do LOP;
- Análises e monitoramento de redes digitais sobre percepção/citação/menção em relação à ciência e às universidades, para mapear e aprofundar análises sobre movimentos, narrativas e produção visual dos grupos negacionistas e pró-ciência, buscando captar tendências e matrizes.
- Estudos de casos para compreender situações apontadas nos LOP, grupos focais e análises de redes, aprofundar análises de situações paradigmáticas, motivações, atores, interesses, narrativas, etc.
PRODUTOS PREVISTOS:
Infográficos e análises na forma de notícias e artigos de opinião para o site e canais do SoU_Ciência; Indicadores temáticos com coleta trimestral, Relatórios parciais articulando análises de LOP, grupos focais e comportamento das redes digitais; Relatório de estudos de caso paradigmáticos; Relatório final consolidado do período a ser divulgado no Parlamento Brasileiro, Governos, nas mídias convencionais e sociais; Artigos científicos para submissão em revistas acadêmicas da área.
LINHA DE PESQUISA 6: ATUAÇÃO DA CIÊNCIA E DAS UNIVERSIDADES PÚBLICAS EM DEFESA DA VIDA DURANTE A PANDEMIA DA COVID-19
OBJETIVO: Compreender como as universidades públicas (e seus hospitais), institutos de pesquisa e tecnológicos, pesquisadores e cientistas brasileiros atuaram (e ainda atuam) na pandemia da Covid-19, compondo um painel de monitoramento das ações (em conjunto com a Andifes), com as diferentes áreas de conhecimento e atuações regionais, centros e temas emergentes e suas contribuições mais notáveis.
PERGUNTAS DE PESQUISA:
- Como a ciência e as universidades brasileiras atuaram (e seguem atuando) no enfrentamento da pandemia da Covid-19 e em defesa da vida, não só na área da saúde, mas levando em conta uma dimensão ampliada na defesa da garantia de direitos e condições adequadas à reprodução da vida? Quais os resultados mensuráveis e públicos?
- Como os cortes e as limitações orçamentárias do financiamento da ciência, da pesquisa e para o funcionamento das universidades e hospitais universitários impactaram a capacidade de ação do sistema na pandemia?
- Como expressaram-se as assimetrias e desigualdades regionais do sistema universitário e científico brasileira na produção de pesquisas e na oferta de assistência em saúde durante a pandemia?
MATERIAL E MÉTODOS:
Em parceria com a Andifes, levantamento de dados junto às universidades federais, incluindo: a) o envio de formulários, b) a busca ativa de relatórios, matérias de mídias, artigos e vídeos oficiais e independentes já realizados e divulgados e c) a realização de reuniões e entrevistas qualitativas com atores relevantes nas áreas de pesquisa, que darão subsídio para a criação de um banco de dados e indicadores sobre as ações:
- 1) Na área da saúde : na assistência, formação de pessoas, pesquisas básicas e aplicadas, campanhas para estimular a vacinação e a adoção de medidas não farmacológicas que evitam a disseminação da doença, no combate à desinformação e fake news, na produção de EPIs e vacinas, no apoio psicológico e físico a idosos e outras parcelas da população etc.
- 2) Na defesa de direitos e condições adequadas à reprodução social e material da vida, sobre redes de solidariedade e combate à fome, defesa da cidadania, estratégias de apoio à geração de trabalho e renda etc.
- 3) No apoio à educação básica, em pesquisas e avaliações de impactos do ensino remoto, no aprendizado, nutrição, saúde mental, evasão, no acompanhamento de profissionais da educação básica e comunidades escolares etc.
- 4) Na produção de publicações científicas sobre a pandemia da Covid-19, em diversas áreas de conhecimento, avaliando temas, formas de colaboração, impactos e demais métricas de pesquisadores brasileiros.
PRODUTOS PREVISTOS:
Painéis e mapas temáticos: com infográficos, indicadores e dados georreferenciados sobre a atuação do sistema na pandemia, centros emergentes por temáticas, redes de colaboração e casos de sucesso; vídeos com base nos dados e análises e o apoio da Andifes; notícias e artigos de opinião com análises qualitativas e orientações para fortalecer o sistema; Relatório final a ser divulgado no Parlamento Brasileiro, Governos, nas mídias convencionais e sociais. Redação de artigos científicos.
LINHA DE PESQUISA 7: POSSIBILIDADES DE CONTRIBUIÇÃO DAS UNIVERSIDADES E DA CIÊNCIA PARA A CONSTRUÇÃO DE NOVAS PERSPECTIVAS PARA O BRASIL PÓS-PANDEMIA
OBJETIVO: Compreender como a universidade pública brasileira traz propostas para a redefinição de um projeto nacional e novas perspectivas para o Brasil pós-pandemia. Assim, pretende-se mapear grupos e pesquisas e ações desenvolvidas nas universidades na última década que apontam perspectivas epistemológicas, sociotécnicas, interseccionais e matrizes de desenvolvimento alternativas aos modelos neoliberal, neodesenvolvimentista e ao determinismo tecnológico, destacando temas emergentes, principais centros de referência e polos/questões regionais e suas assimetrias, arranjos institucionais, redes acadêmicas, fomento, formas de colaboração com sociedade e governos, de casos de impacto/relevantes.
PERGUNTAS DE PESQUISA:
- Quais projetos e iniciativas de universidades públicas podem ajudar na formulação de um novo projeto nacional, agendas e políticas públicas para a reconstrução do país pós-pandemia em bases solidárias, justas, equitativas, plurais e sustentáveis?
- Quais matrizes epistemológicas e de diversidade de saberes, sujeitos e identidades colaboram para estreitar a relação entre universidade, ciência e sociedade numa perspectiva transformadora e interseccional?
- Quais matrizes econômicas, de desenvolvimento e de tecnociência, têm indicado alternativas à crise do mundo do trabalho e desemprego em massa? Como as universidades estão se preparando para enfrentar os desafios das mudanças no mundo do trabalho?
- Como ampliar o diálogo e cooperação das universidades com a sociedade, em especial grupos e comunidades historicamente apartados delas (periféricos, indígenas, afrodescendentes, entre outros)?
MATERIAL E MÉTODOS:
Levantamento de informações e dados sobre iniciativas existentes, a partir das frentes de pesquisa:
- Mapeamento de grupos de pesquisa, atividades de extensão e de pesquisas com formulações e/ou experimentações com novas perspectivas educacionais e de desenvolvimento social, econômico, ambiental, urbano e regional, inovações democráticas e em políticas públicas, identificando renovações epistemológicas e de reorientação tecnocientífica, interseccionalidades e interculturalidades;
- Analisar condições favoráveis (ou desfavoráveis) à realização das iniciativas existentes, o ambiente institucional, fomento, metodologias, redes acadêmicas, formas de articulação com sociedade, governos e empresas, interdisciplinaridade e impactos recíprocos entre áreas;
- Contribuir ao debate e articulação entre atores, no apoio às experimentações práticas, à orientação de iniciativas locais e à formulação de agendas e políticas.[1]
PRODUTOS PREVISTOS:
Painéis e mapas interativos online, permitindo à sociedade em geral conhecer as iniciativas no sistema universitário brasileiro; Notícias e artigos de opinião, visando articular agendas políticas e políticas públicas; Vídeos, divulgando o potencial propositivo; Produção de artigos científicos, Relatório final com análises e avaliações propositivas.
Apoio
Emenda Parlamentar da Deputada Federal Sâmia Bomfim
O SoU_Ciência conta com apoio da Emenda Parlamentar da Deputada Federal Sâmia Bomfim para realização das pesquisas dos Temas 1 e 2.
Emenda Parlamentar do Deputado Federal Ivan Valente
O SoU_Ciência conta com apoio da Emenda Parlamentar do Deputado Federal Ivan Valente para realização das pesquisas dos Temas 1 e 2.
O início dos trabalhos do SOU_CIÊNCIA conta com o apoio da Fundação Tide Setubal
O SoU_Ciência conta com apoio do Instituto Serrapilheira para pesquisa na área de financiamento da ciência e da educação superior.
ANDIFES (Associação Nacional de Dirigentes de Instituições Federais de Ensino Superior) é parceria em pesquisas, divulgação e articulação para obtenção de dados das universidades federais.
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