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Afogados em um mar negacionista e obscurantista que sufoca e mata, fazem-se necessárias todas as vozes que nos tragam à tona e encham nossos pulmões de oxigênio. Vozes que defendam a ciência, uma ciência humanizada e solidária; vozes que advogam pela vida e pela paz dos povos. Soma-se agora a esse coro a voz do Papa Francisco. Pois é... Diante de governantes e seus seguidores negacionistas em plena pandemia, coube à Igreja Católica, que nem simpatizou nem defendeu a ciência e os cientistas ao longo da história, defender agora enfaticamente a ciência – afinal, pela doutrina da fé ou pela ciência, nosso objetivo comum é a defesa da vida.  

No dia 2 de julho, antes de se internar para se submeter a uma cirurgia no intestino, o Papa Francisco surpreendeu e gravou um vídeo enfatizando a importância da ciência de forma geral e para a promoção da paz em particular afirmando que “nunca como neste tempo se percebe a necessidade de um relançamento da pesquisa científica para fazer frente aos desafios da sociedade contemporânea”.

O Papa, em seu pronunciamento, ressaltou aspectos basilares e fundantes para a ciência, e para as universidades, que estavam um pouco esquecidos, mas que, agora, por conta da pandemia, foram resgatados. Nos lembrou o Papa que: a ciência e o conhecimento devem estar a serviço de todos e todas; que devemos privilegiar a formação de redes de colaboração e de solidariedade; que nenhum saber científico deve caminhar sozinho ou sentir-se autossuficiente; assim, cabendo a nós privilegiar a pluralidade de saberes.

“Juntos”, afirmou o Papa Francisco, “seremos capazes de superar qualquer conflito em prol da paz no planeta”. Oxalá, que assim seja. 

[Débora Foguel é professora da UFRJ e pesquisadora do SOU_CIÊNCIA]