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Coordenadora do SoU_Ciência falou à revista que financiamento continua muito abaixo dos níveis anteriores a 2015

No último dia 27 de janeiro, a revista Science publicou a matéria “Brazil’s science budget is rebounding. So why aren’t scientists celebrating?”, sobre o orçamento federal para as pesquisas no Brasil em 2022 e comentando a preocupação dos cientistas brasileiros acerca da real liberação destas verbas.

O Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação terá cerca de 6,9 ​​bilhões de reais (US$ 1,27 bilhão) para investimentos discricionários este ano, um aumento de 110% em relação a 2021, segundo dados fornecidos pelo próprio ministério.

No entanto, os cientistas brasileiros ainda não estão comemorando este orçamento porque, como citou a própria revista, este aumento mal compensa os cortes orçamentários que começaram em 2015, e manobras políticas adicionais podem significar que o dinheiro nunca se materialize.

A maior parte do dinheiro virá do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT), graças a uma lei aprovada no início de 2021 que proíbe o governo de congelar esses recursos, como fez em anos anteriores. Mas, os cientistas estão céticos sobre a disposição do presidente Jair Bolsonaro de pagar. Ele vetou o projeto e reteve mais de 2,6 bilhões de reais em recursos do FNDCT no ano passado, mesmo depois que o Congresso revogou seu veto.

“Se o novo dinheiro chegar, fornecerá um pouco de oxigênio para um paciente moribundo, mas ainda estamos em uma situação crítica”, disse à Science Soraya Smaili, professora de farmacologia da Unifesp e coordenadora do SoU_Ciência.

De acordo com Soraya, mesmo com o aumento nas verbas, o financiamento para as principais agências federais das quais cientistas e universidades dependem para pesquisa permanece muito abaixo dos níveis anteriores a 2015.

Segundo a economista Fernanda De Negri, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, levando-se em conta a inflação, o investimento total em P&D do governo federal brasileiro encolheu 37% entre 2013 e 2020, mesmo com o crescimento da comunidade científica do país.

Leia a matéria completa da Science no link.