A vacinação avança no país, mas a pandemia não acabou; devemos estar atentos aos números e aos cuidados
A vacinação está em curso e, apesar de todas as dificuldades, conseguimos alcançar a marca de 42% da população brasileira com esquema vacinal completo e 71% com a primeira dose. Assistimos também uma queda nos números da covid-19 nas últimas semanas, embora a variante delta tenha entrado e ampliado sua presença mais fortemente em alguns estados, tal como o Rio de Janeiro.
No entanto, ainda estamos muito aquém do que seria uma queda de fato, além do que é preciso continuar e se possível antecipar a segunda dose sempre que possível. Elas devem ser priorizadas, sem deixar de administrar a terceira dose aos mais vulneráveis, em especial à população acima de 60 anos e os imunossuprimidos.
Para os mais expostos ao vírus, como os profissionais de saúde, também deve ser garantida de forma acelerada a dose de reforço. Para eles, tivemos a boa notícia do início da aplicação dessa dose, uma vez que, por terem começado a imunização em janeiro de 2021, com a segunda dose ao final de fevereiro, eles já completaram seis meses de esquema vacinal e estão aptos para mais essa dose.
Com tudo isso, é essencial que permaneçamos atentos, pois a queda no número de casos parou de ocorrer, chegando a uma espécie de platô ou, talvez, até um possível crescimento nos casos novamente. É preciso observar e monitorar. Vale ainda destacar que o número de óbitos segue elevado e há que atender a população quando a doença se agrava, o que tem ocorrido principalmente naqueles que não se vacinaram ou que receberam apenas uma dose das vacinas. Há dados concretos que as pessoas vacinadas diminuem bastante a probabilidade de transmitir o vírus.
O cenário é este e, dessa forma, devemos reforçar que a pandemia não acabou. Todos temos responsabilidade e precisamos continuar trabalhando para a vacinação completa da população, bem como a utilização de máscaras para que o vírus pare de circular. Não dá para baixar a guarda.
[Soraya Smaili é professora da Unifesp e coordenadora do SOU_CIÊNCIA]