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Evento teve participações da infectologista Luana Araújo e do epidemiologista Wanderson de Oliveira e destacou o anúncio da OMS de fim de emergência internacional, mas necessidade de sequência nos cuidados e nos estudos acerca da Covid-19

No dia 5 de maio, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou o fim da Emergência Internacional em Saúde e da pandemia do Sars-Cov-2, suscitando muitas dúvidas na sociedade em geral. A pandemia de fato acabou? O que devemos fazer? Quais políticas públicas devem ser aplicadas? Ainda corremos riscos e quais? Para responder a essas questões e traçar um panorama da pandemia e do futuro, o centro SoU_Ciência realizou, no último dia 25 de maio, a live "A pandemia e a declaração da OMS: o que devemos fazer?", abrindo a Série SoU_Ciência Conversa. O evento contou com participações de Luana Araújo, infectologista, pesquisadora em Saúde Pública e consultora internacional em temas relacionados à epidemia e pandemia de Covid-19, e do professor e epidemiologista Wanderson de Oliveira.

“A declaração da OMS não significa fim de uma pandemia. Ela significa fim de uma fase de maior gravidade, que felizmente foi superada. Mas, passamos para uma outra fase da pandemia, ainda de controle de danos e que segue exigindo de todos nós muita competência, clareza e resiliência para lidar com suas características e resultados. Vale destacar que temos mais um desafio paralelo a esse, que é a reconstrução e fortalecimento dos sistemas que foram tão vilipendiados durante a pandemia. A declaração da OMS representa um importante marco, mas não significa o fim da pandemia e da circulação do vírus”, pontuou Luana Araújo, durante sua explanação.

O mesmo pensamento foi ressaltado por Wanderson de Oliveira: “As pessoas confundem muito os atos administrativos, como essa declaração da OMS, com a situação epidemiológica que ainda vivemos. A pandemia, aliás, não se declara nem se extingue, ela é uma constatação das características epidemiológicas no tempo e no espaço. Vivemos sim um período de estabilidade e temos que aproveitar justamente esse fato para pensarmos agora em como nós vamos trabalhar uma saúde integrada, tanto na vigilância e na atenção, bem como na saúde animal e a saúde ambiental, uma vez que tudo está conectado”.

Durante a live, os especialistas alertaram sobre a necessidade de a imunização ter sequência e alcançar o máximo de pessoas possível, assim como a necessidade da ciência continuar estudando a Covid-19, aprofundando entendimento acerca do comportamento e consequências do vírus e, para além disso, divulgar, de maneira fácil, clara e transparente todo o conhecimento que vem sendo adquirido.

“Estamos em um momento diferente e que precisa ser analisado e pensado conjuntamente. Atingimos, graças às vacinas para Covid-19, um número mais baixo de casos e de óbitos em relação aos dois últimos anos. Temos um importante número de vacinados no nosso país, embora haja agora menor adesão aos reforços das vacinas para Covid-19, o que torna essencial encontros como esse, de forma a explicar para a sociedade o momento atual que vivemos, como também a importância de toda a ciência produzida e difundida por nossa universidades, de forma mais acessível à população”, destacou Soraya Smaili, coordenadora do SoU_Ciência e mediadora da live.

Para quem não assistiu ou deseja rever a live, ela está disponível na página do Youtube do SoU_Ciência.