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Palestra da Prof.ª Maria Angélica Minhoto divulga dados sobre o sucesso dos formados entre 2011 e 2021, destacando avanços acadêmicos

Tamires Tavares

Durante a Semana Nacional de Ciência e Tecnologia, realizada entre os dias 14 e 20 de outubro na Unifesp, a Prof.ª Maria Angélica Minhoto, coordenadora do SoU_Ciência, apresentou os resultados preliminares de uma pesquisa que acompanha a trajetória dos egressos da Escola Paulista de Política, Economia e Negócios (EPPEN) entre 2011 e 2021. O estudo, com base nos dados da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS), revelou uma alta taxa de inserção no mercado de trabalho e uma remuneração competitiva para os formados, em especial quando comparados a egressos de outras universidades e ao panorama nacional. Segundo Minhoto, embora o levantamento ainda esteja em andamento, os dados obtidos até o momento já oferecem insights significativos, permitindo uma comparação sólida entre os resultados da Unifesp e de outras instituições do estado de São Paulo e da região Sudeste.

A análise abrangeu um total de 1.591 egressos, dos quais 54,49% são mulheres e 45,51% são homens. Entre eles, apenas 8,7% foram beneficiados com bolsas do Programa de Apoio Pedagógico e Estudantil (PAPE), enquanto 91,3% não receberam nenhum tipo de auxílio. A inserção no mercado de trabalho foi analisada ano a ano, e a pesquisa identificou 810 egressos com vínculo ativo na RAIS em 2018, 943 em 2019 e 987 em 2020, além de 461 ex-alunos que não constam na base de dados.

Minhoto destacou que a taxa de inserção dos formados da EPPEN é expressiva, especialmente em comparação com o cenário nacional. Do curso de Administração, por exemplo, 92% dos egressos estão empregados na região Sudeste, predominantemente no estado de São Paulo. Destes, 37% recebem entre R$ 2 mil e R$ 4 mil, enquanto 25% têm remuneração entre R$ 4 mil e R$ 6 mil. Em outros cursos, como Ciências Atuariais, Ciências Contábeis, Ciências Econômicas e Relações Internacionais, os percentuais de emprego e as faixas salariais também são positivos.

No curso de Ciências Atuariais, 97% dos formados estão empregados na região Sudeste, com 40% recebendo entre R$ 2 mil e R$ 4 mil, e 39% entre R$ 4 mil e R$ 6 mil. Em Ciências Contábeis, 93% dos egressos estão empregados na mesma região, com 39% na faixa de R$ 2 mil a R$ 4 mil, e 38% entre R$ 4 mil e R$ 6 mil. No curso de Ciências Econômicas, a pesquisa mostrou que 97% dos formados estão empregados, com 33% recebendo entre R$ 2 mil e R$ 4 mil, e 32% entre R$ 4 mil e R$ 6 mil. Já em Relações Internacionais, 90% dos egressos estão empregados na região, com 36% na faixa de R$ 2 mil a R$ 4 mil, e 32% com salários entre R$ 4 mil e R$ 6 mil.

A metodologia utilizada pela pesquisa envolveu o cruzamento de dados da RAIS-2018 e microdados do Censo do Ensino Superior (CES-2017), filtrando informações a partir dos CPFs dos egressos para identificar sua inserção no mercado de trabalho e a remuneração média. Os salários foram padronizados com base em uma jornada semanal de 40 horas, e foram eliminados dados considerados outliers, estabelecendo um limite inferior com o salário mínimo e um limite superior como seis vezes o intervalo interquartil acima do terceiro quartil. Além disso, em casos de múltiplos vínculos empregatícios, que representam 36,3% da base de dados, foi considerado apenas o emprego com maior salário e maior tempo de serviço.

Outro aspecto abordado durante a palestra foi o interesse dos egressos pela continuidade acadêmica. Até o momento, 10 ex-alunos da EPPEN ingressaram em programas de pós-graduação na Unifesp, metade deles beneficiados por bolsas ou auxílios permanência. Minhoto mencionou o exemplo de um estudante que concluiu o mestrado em Filosofia no campus de Guarulhos e atualmente está cursando o doutorado. Além disso, oito estudantes estão matriculados no mestrado em Economia e Desenvolvimento, com a expectativa de que a pós-graduação cresça nos próximos anos. “Até o início deste ano, havia apenas um programa de pós-graduação na EPPEN, mas agora temos dois, o que representa um avanço importante para nossos alunos”, destacou Minhoto, enfatizando o aumento das oportunidades acadêmicas para os futuros formandos.