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Evento gratuito e híbrido está reunindo a comunidade acadêmica para a apresentação de trabalhos científicos desenvolvidos na Unifesp

Nesta quinta-feira (22/06), o SoU_Ciência debateu a Lei de Cotas que completa 10 anos no Brasil, na Mesa "Cotas nas Universidades Públicas: um caminho para a superação do conservadorismo obscurantista" do Congresso Acadêmico 2023 da Unifesp - Universidade na (re)construção da Nação. O evento gratuito e híbrido acontece até esta sexta (23) - quando coordenadores do Sou_Ciência participarão de mais duas mesas -, e está reunindo a comunidade acadêmica para a apresentação de trabalhos científicos desenvolvidos na Unifesp, palestras temáticas, sessões científicas e apresentações artísticas.  

A mesa "Cotas nas Universidades Públicas: um caminho para a superação do conservadorismo obscurantista" contou com grande participação presencial e online e teve mediação de uma das coordenadoras do centro, a professora Dra. Maria Angélica Pedra Minhoto. Participaram o senador Paulo Paim (que enviou vídeo ao evento), o professor Kabengele Munanga, primeiro professor negro contratado pela USP, em 1980; Delton Felipe, diretor da ABPN (Associação Brasileira de Pesquisadores/as Negros/as) e a socióloga Maria Nilza da Silva.  

De acordo com a Prof. Maria Angélica, até o final do século 20, somente 2% da população negra tinha acesso aos bancos universitários no Brasil. Por meio de uma longa trajetória de lutas e reinvindicações, com destaque aos movimentos negros, em 2001, as ações afirmativas começaram a ser implementadas na educação superior brasileira. Mas, somente em 2013, é que todas as instituições federais foram obrigadas a adotar a Lei 12.711/2012 – Lei de Cotas.

“A impossibilidade de acesso, em especial em universidades de primeira linha, quase todas públicas, tem sido um dos maiores marcadores de classe e raça no país. Foi a partir de uma longa trajetória de lutas e reivindicações, com destaque aos movimentos negros, que as ações afirmativas começaram a ser implementadas na educação superior brasileira, a partir de 2001.  Cada universidade realizou um processo próprio de definição de critérios para a reserva de vagas. Em 2013, porém, toda as instituições federais foram obrigadas a adotar a Lei 12.711/2012. Essa política afirmativa ainda hoje não é uma unanimidade. Muitos a questionam, alguns por desconhecerem o processo de desigualdade baseado no racismo estrutural, do qual a população negra é a principal vítima, outros por manifestarem o racismo de forma concreta, revelando incômodo por terem pessoas negras compartilhando os mesmos espaços sociais”, ressalta a coordenadora do Sou_Ciência.  

Os participantes apresentaram vários dados sobre o tema, falaram sobre políticas educacionais e ações em universidades, e o debate foi amplamente elogiado entre os participantes presenciais na Unifesp e no chat do evento.

Para que a Lei de Cotas alcance o seu objetivo, é preciso ampliar e horizontalizar o debate sobre o seu conteúdo, conhecer concretamente, divulgar os seus reais efeitos e monitorar atentamente as propostas de lei, presentes nas casas legislativas, que tenham o objeto de modificá-la.

Quer saber mais sobre tudo o que foi dito nesta Mesa? Acesse o link desta Mesa no Congresso Acadêmico 2023 da Unifesp.

Saiba mais sobre os participantes desta mesa:

MARIA ANGÉLICA PEDRA MINHOTO

Professora do Departamento de Educação da UNIFESP, líder do grupo de Pesquisa Avaliação de Políticas Educacionais (CNPq), Coordenadora do Centro de Estudos SoU Ciência e pesquisadora do Observatório da Educação Superior da EFLCH.

KABENGELE MUNANGA

Kabengele Munanga é Professor Emérito da Universidade de São Paulo, Professor titular aposentado do Departamento de Antropologia Social da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP, e atualmente professor sênior pelo Centro de Estudos Africanos da FFLCH-USP

MARIA NILZA DA SILVA

Professora Titular de Sociologia do Depto. de Ciências Sociais da Universidade Estadual de Londrina. Foi pesquisadora convidada do Centre d' Analyse et d' Intervention Sociologiques, junto a École des Hautes Études en Sciences Sociales - CADIS/EHESS, em Paris (2010-2011). Atualmente é pesquisadora do SoU_Ciência/UNIFESP.

DELTON APARECIDO FELIPE

Professor Doutor da Universidade Estadual de Maringá – Paraná, Pesquisador Visitante da Escola de Direito da FGV – SP. Diretor da Associação Brasileira de Pesquisadores/as Negros/as (ABPN) e Coordenador de observatório e Agência de Impacto das Cotas Raciais da ABPN e Editor Executivo da Revista ABPN

DELTON APARECIDO FELIPE

Professor Doutor da Universidade Estadual de Maringá – Paraná, Pesquisador Visitante da Escola de Direito da FGV – SP. Diretor da Associação Brasileira de Pesquisadores/as Negros/as (ABPN) e Coordenador de observatório e Agência de Impacto das Cotas Raciais da ABPN e Editor Executivo da Revista ABPN

PAULO PAIM (*enviou mensagem em vídeo por estar impossibilitado de participar)

Paulo Renato Paim é sindicalista e político brasileiro, filiado ao Partido dos Trabalhadores. Atualmente, exerce o cargo de Senador da República pelo Rio Grande do Sul. É um defensor das cotas raciais para candidatos negros às vagas na Universidades Federais e nos concursos para a administração pública federal.