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Enquanto ainda se aproxima do índice de 80% da população imunizada, país ultrapassa marca de 650 mil mortes por covid

Apesar do otimismo parecer ter voltado a partir de uma pequena redução no número de casos e internações por covid a partir da onda provocada principalmente pela variante ômicron aqui no Brasil, a pandemia segue em curso no país. O alerta é dado por Soraya Smaili, professora de Farmacologia da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e coordenadora do centro SoU_Ciência.

“O país busca alcançar agora 90% de sua população imunizada, mas, nesta quarta, 2, antes de chegarmos nesse alto índice, infelizmente ultrapassamos a marca de 650 mil mortes por covid. Essas perdas nos fazem insistir que a pandemia não acabou, que é necessário que cada cidadão permaneça vigilante aos cuidados sanitários como o uso de máscara, higiene das mãos e que não participe de aglomerações desnecessárias ou evitáveis”, diz Soraya, “além, claro, de não deixar de completar seu esquema vacinal, assim como de suas crianças”.

No quesito vacina, inclusive, Soraya faz mais um alerta. “Embora o avanço da vacinação no país como um todo mostre que de fato estamos nos aproximamos dos 80% da população totalmente imunizada, basta ver o recorte por estados que fica clara a desigualdade na cobertura e proteção. Também não sabemos qual vai ser o efeito dos feriados”.

De acordo com os dados do Consórcio de veículos de imprensa coletados junto às secretarias estaduais de Saúde, enquanto os estados de São Paulo, Paraná, Piauí e Ceará somam mais de 80% de sua população completamente vacinada, estados como Roraima, Acre e Amazonas ainda não alcançaram 70%. O estado que mais precisa avançar é o Amapá, que não chegou ainda nos 60% de sua população totalmente imunizada.

“É preciso ver o país com a sua real dimensão continental, de modo que a evolução da vacinação aconteça de maneira igualitária. Já vimos que novas variantes podem surgir em um lugar e logo se multiplicar nos demais, portanto, temos que avançar ainda mais na imunização geral e nas doses de reforço.  Concluindo essa etapa, e com a consistente diminuição de casos, talvez estejamos mais próximos de um cenário de flexibilização da pandemia. Neste momento, não podemos nos esquecer das lições vindas com a perda de mais de 650 mil pessoas”, conclui Soraya.