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Estudo analisa como práticas participativas estão transformando a democracia nas cidades, incluindo São Paulo

Tamires Tavares

Gabriela de Brelàz, docente da Universidade Federal de São Paulo e pesquisadora do Centro SoU_Ciência e do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap), é uma das coinvestigadoras principais (Co-PI) do projeto internacional PAR-CITY. O estudo, que terá duração de três anos, visa investigar como as inovações participativas urbanas (IPU) estão remodelando a democracia, a governança e a confiança em sete grandes cidades globais.

O projeto tem três objetivos principais: entender como as cidades estão enfrentando os desafios globais relacionados a democracia, governança e confiança; investigar como as inovações participativas urbanas estão reformulando as formas de engajamento dos cidadãos com as instituições democráticas; e explorar o papel das tecnologias digitais nesse contexto. Nesse sentido, o estudo busca compreender como ferramentas digitais e plataformas de comunicação podem tanto fortalecer como enfraquecer a confiança pública nas cidades. A pesquisa também analisará como as tecnologias estão sendo utilizadas para promover a transparência, a participação cidadã e o controle social (accountability) nas esferas urbanas em diferentes contextos sociopolíticos e econômicos. Gabriela destaca a importância desse caráter comparativo da investigação: "Ao olhar para os espaços de participação em sete cidades com realidades distintas no norte e sul global, esse estudo tem um grande potencial de avançar na pesquisa envolvendo participação e fortalecimento da democracia.”

Coordenado pelo Dr. Sam Halvorsen, da Queen Mary University of London, o PAR-CITY reúne uma equipe internacional de 25 pesquisadores de 21 universidades, que atuarão em centros urbanos como Buenos Aires, Cidade do Cabo, Lyon, Nova York, São Paulo, Toronto e Varsóvia. Cada uma dessas cidades foi selecionada por suas contribuições únicas para a inovação participativa. Integram o grupo os brasileiros Maira Rodrigues, do Cebrap, Álvaro Luis dos Santos Pereira, professor da Unifesp, Gisele Craveiro, da Universidade de São Paulo, e Ricardo Gomes, da Fundação Getúlio Vargas. Para Gabriela de Brelàz, responsável pela condução do projeto em âmbito nacional, a interdisciplinaridade da equipe é um ponto fundamental para o sucesso da pesquisa. "O time que envolve acadêmicos de diferentes áreas do conhecimento permitirá uma análise multifacetada sobre as IPUs que estão sendo analisadas, pois trazem potencialidades e desafios que precisam de um olhar analítico multi e transdisciplinar", aponta.

O foco na participação brasileira estará na cidade de São Paulo, a partir de análise da política de governo aberto implementada pela administração municipal, que se baseia em princípios de transparência, participação ativa dos cidadãos e accountability. Essa política, que promove a transparência e o engajamento da sociedade civil na formulação e no monitoramento de políticas públicas, será estudada como uma das inovações participativas urbanas mais promissoras no cenário brasileiro. A capital paulista, com sua complexidade urbana, desigualdade e diversidade sociocultural, oferece um contexto único para examinar como essas práticas participativas estão modificando a confiança nas instituições democráticas.

Mapa de cidades selecionadas para a pesquisa. / Crédito: Divulgação PAR-CITY

O PAR-CITY é financiado por agências de sete países, incluindo a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP), no Brasil, a UK Research and Innovation (UKRI), no Reino Unido, e a National Science Foundation (NSF), nos Estados Unidos, entre outras, tendo recebido um total de US$ 1,4 milhão para desenvolver suas atividades. O projeto foi um dos 18 selecionados pela chamada internacional da Trans-Atlantic Platform, voltada para pesquisas sobre temáticas relacionadas à democracia. Além das publicações científicas esperadas, como artigos e um livro em coautoria, o projeto prevê a criação de uma plataforma digital para compartilhar os resultados globalmente, ampliando o debate sobre as inovações participativas e seu papel na renovação democrática.