Centro apresenta hoje ao público os Indicadores de Alerta Covid
O centro SoU_Ciência divulga hoje (14/06) ao público os Indicadores de Alerta Covid (indicador de alerta em fases, dependendo do local e da situação epidemiológica – VEJA MATERIAL ABAIXO), que poderá ajudar as autoridades e órgãos públicos na tomada de decisões para retomada do uso de máscaras e demais ações de saúde no Brasil. O trabalho foi elaborado pelos pesquisadores Ethel Maciel e Wanderson Oliveira, ambos epidemiologistas, e Soraya Smaili, farmacologista e coordenadora do Sou_ciência.
Os primeiros casos e óbitos confirmados de COVID-19 no Brasil foram registrados em 26 de fevereiro e 17 de março de 2020, respectivamente, no Estado de São Paulo. Naquela ocasião, o Ministério da Saúde havia estabelecido três níveis de resposta, conforme publicado no Boletim Epidemiológico do Centro de Operações de Emergência nº 01, publicado em 3 de fevereiro de 2020, sendo o Nível de Alerta, Nível de Perigo Iminente e Nível de Emergência (1).
“Quando houve a revogação do decreto de emergência de saúde pública de importância nacional, alertamos que seria necessária a criação de indicadores que pudessem balizar a necessidade de instituição de novo decreto, caso o vírus fizesse mutações ou ocorresse uma mudança no padrão da doença. Sem termos indicadores operacionais para a implantação nos serviços, há uma dificuldade de comunicar a sociedade e mesmo instituir novas mudanças, como a contratação de serviços e de pessoal para o enfrentamento da pandemia”, comentou a pesquisadora Ethel Maciel.
De acordo com a pesquisadora, a proposta divulgada hoje pelo SoU_Ciência visa padronizar indicadores que possam ser utilizados para o monitoramento da pandemia da Covid-19 e leva em consideração a incidência da doença nos anos de 2020 e 2021. Para estabelecimento da linha de corte foi usada a média de incidência da semana epidemiológica (SE) 35 a 45 de 2020 (linha superior) e 2021 (linha inferior).
“Este foi o parâmetro utilizado para considerar Nível de Alerta objetivo. Quando a incidência semanal ultrapassa o primeiro limite é NÍVEL 1 - PERIGO IMEDIATO, quando ultrapassa o segundo limite é NÍVEL 2 - EMERGÊNCIA DE SAÚDE PÚBLICA. Assim, os gestores podem monitorar seus casos e com eles antecipar a instituição de medidas sanitárias”, completou Ethel.
Cada nível de resposta é baseado na avaliação do risco da Doença pelo Coronavírus 2019 (COVID-19) afetar o Brasil e o seu respectivo impacto na saúde pública. Questões importantes são consideradas nessa avaliação:
- Transmissibilidade da doença, como seu modo de transmissão, eficácia da transmissão entre reservatórios para humanos ou humano para humano, capacidade de sustentar o nível da comunidade e surtos;
- Propagação geográfica de variantes e subvariantes do SARS-CoV-2 entre humanos, animais, como a distribuição global das áreas afetadas, o volume de comércio e viagens entre as áreas afetadas e outras unidades federadas;
- Gravidade clínica da doença, COVID-Longa, como complicações graves, internações e mortes;
- Vulnerabilidade da população, incluindo imunidade pré-existente, grupos alvo com maiores taxas de ataque ou maior risco de graves doenças;
- Disponibilidade de medidas preventivas, como vacinas, medidas não farmacológicas (uso de máscaras) e possíveis tratamentos; e
- Recomendações da Organização Mundial da Saúde e evidências científicas publicadas em revistas científicas.
INDICADOR DE ALERTA COVID-19
Ações de saúde frente ao aumento ou redução da transmissão durante o outono/inverno de 2022
O Centro SoU_Ciência alerta as autoridades responsáveis dos poderes executivo, legislativo e judiciário, das três esferas de gestão pública, para que adotem medidas adicionais de proteção e promoção da saúde junto às suas respectivas redes institucionais, contra o avanço das Síndromes Respiratórias Agudas (SRA).
A partir da semana epidemiológica 18, iniciada em 1º de maio de 2022, observa-se um aumento gradual e sustentável de casos de SRA, sendo a maior parte provocada por COVID-19 e Influenza. A partir do final de maio e início de junho o aumento se intensificou, especialmente nos Estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Goiás e Distrito Federal. No entanto, observa-se tendência de aumento em todas as Unidades Federadas, indicando comportamento com características de sazonalidade. Com proximidade do início do inverno em 21 de junho de 2022, é natural e esperado que ocorra uma maior dispersão de vírus respiratórios.
Deste modo, recomendamos as seguintes ações adicionais para serem adotadas no período de junho e julho ou até que as taxas reduzam de modo sustentável por mais de 3 (três) semanas epidemiológicas consecutivas.
Medidas de saúde recomendadas
- Duração das medidas: até 31 de julho de 2022 ou redução de modo sustentável por mais de 3 (três) semanas epidemiológicas consecutivas.
- Medidas fortemente recomendadas às localidades que enfrentam o aumento de transmissão de casos:
- Uso de máscaras
- Obrigatório: ambientes públicos e privados fechados, especialmente em: prédios e repartições públicas, escolas e universidades, centros comerciais e shoppings, transporte público, trabalhadores do setor cultural e de alimentação (shows, estádios, teatros, cinemas, bares e restaurantes).
- Fortemente recomendado: clientes e usuários de shows, estádios, teatros, cinemas, bares e restaurantes quando não estiverem se alimentando.
- Vacinação
- Considerar protegidas as pessoas com três doses de vacina, sendo que profissionais de saúde, imunossuprimidos e pessoas com 50 anos ou mais recebam a dose adicional de reforço de 2022 (4ª dose).
- Os grupos salientam a necessidade do Governo Federal apresentar uma proposta sólida e sustentável de campanhas de educação em saúde promovendo a vacinação, além do Plano de Vacinação para 2022/2023 contendo as vacinas contra COVID-19.
- Uso de máscaras
Análise epidemiológica em junho de 2022
ASPECTOS METODOLÓGICOS
- Fonte dos dados: https://bigdata-covid19.icict.fiocruz.br/
- Dados de população: https://www.ibge.gov.br/
- Cálculo da semana epidemiológica: https://www.epidemiologista.org/post/semana-epidemiol%C3%B3gica-o-que-%C3%A9-para-que-serve-como-calcular
BRASIL
As Unidades Federas que estão relacionadas ao aumento da incidência nacional, são:
- Região Sul: RS e SC
- Região Sudeste: MG e RJ
- Região Centro-Oeste: DF e GO
- Região Nordeste: nenhum
- Região Norte: nenhum
As figuras apresentadas abaixo foram realizadas levando-se em consideração a incidência da doença nos anos de 2020 e 2021. As linhas horizontais nos gráficos representam a média de incidência da semana epidemiológica (SE) 35 a 45 de 2020 (linha superior) e 2021 (linha inferior). Este foi o parâmetro utilizado para considerar Nível de Alerta objetivo.
Quando a incidência semanal ultrapassa o primeiro limite é NÍVEL 1 - PERIGO IMEDIATO, quando ultrapassa o segundo limite é NÍVEL 2 - EMERGÊNCIA DE SAÚDE PÚBLICA.
Na figura 1 podemos observar a distribuição dos casos confirmados em todos os períodos estudados e com as linhas para que possamos compreender os parâmetros definidos nesse documento.
A seguir, nas figuras subsequentes, apresentamos os dados da distribuição dos casos confirmados em todos os períodos estudados e com as linhas parâmetrizadas por região administrativa para que medidas mais direcionadas possam ser implementadas.
Brasil – distribuição de casos confirmados de COVID-19 no período de 2020 a 11 de junho de 2022
REGIÃO SUL
Figura 2. Rio Grande do Sul - distribuição de casos confirmados de COVID-19 no período de 2020 a 4 de junho de 2022
Figura 3. Santa Catarina - distribuição de casos confirmados de COVID-19 no período de 2020 a 4 de junho de 2022
Figura 4. Paraná - distribuição de casos confirmados de COVID-19 no período de 2020 a 4 de junho de 2022
REGIÃO SUDESTE
Figura 5. Espírito Santo - distribuição de casos confirmados de COVID-19 no período de 2020 a 4 de junho de 2022
Figura 6. Minas Gerais - distribuição de casos confirmados de COVID-19 no período de 2020 a 4 de junho de 2022
Figura 6. Rio de Janeiro - distribuição de casos confirmados de COVID-19 no período de 2020 a 4 de junho de 2022
Figura 7. São Paulo - distribuição de casos confirmados de COVID-19 no período de 2020 a 4 de junho de 2022
REGIÃO CENTRO-OESTE
Figura 8. Distrito Federal - distribuição de casos confirmados de COVID-19 no período de 2020 a 4 de junho de 2022
Figura 9. Goiás - distribuição de casos confirmados de COVID-19 no período de 2020 a 4 de junho de 2022
Figura 9. Mato Grosso - distribuição de casos confirmados de COVID-19 no período de 2020 a 4 de junho de 2022
Figura 9. Mato Grosso do Sul - distribuição de casos confirmados de COVID-19 no período de 2020 a 4 de junho de 2022
REGIÃO NORDESTE
Figura 10. Bahia - distribuição de casos confirmados de COVID-19 no período de 2020 a 4 de junho de 2022
Figura 11. Ceará - distribuição de casos confirmados de COVID-19 no período de 2020 a 4 de junho de 2022
Figura 12. Maranhão - distribuição de casos confirmados de COVID-19 no período de 2020 a 4 de junho de 2022
Figura 13. Paraíba - distribuição de casos confirmados de COVID-19 no período de 2020 a 4 de junho de 2022
Figura 14. Pernambuco - distribuição de casos confirmados de COVID-19 no período de 2020 a 4 de junho de 2022
Figura 15. Alagoas - distribuição de casos confirmados de COVID-19 no período de 2020 a 4 de junho de 2022
Figura 15. Sergipe - distribuição de casos confirmados de COVID-19 no período de 2020 a 4 de junho de 2022
Figura 16. Rio Grande do Norte - distribuição de casos confirmados de COVID-19 no período de 2020 a 4 de junho de 2022
Figura 16. Piauí - distribuição de casos confirmados de COVID-19 no período de 2020 a 4 de junho de 2022
REGIÃO NORTE
Figura 2. Acre - distribuição de casos confirmados de COVID-19 no período de 2020 a 4 de junho de 2022
Figura 3. Amapá - distribuição de casos confirmados de COVID-19 no período de 2020 a 4 de junho de 2022
Figura 4. Amazonas - distribuição de casos confirmados de COVID-19 no período de 2020 a 4 de junho de 2022
Figura 5. Pará - distribuição de casos confirmados de COVID-19 no período de 2020 a 4 de junho de 2022
Figura 6. Rondônia - distribuição de casos confirmados de COVID-19 no período de 2020 a 4 de junho de 2022
Figura 7. Roraima - distribuição de casos confirmados de COVID-19 no período de 2020 a 4 de junho de 2022
Figura 8. Tocantins - distribuição de casos confirmados de COVID-19 no período de 2020 a 4 de junho de 2022