images/imagens/1200x700.png

Maior e mais complexo sistema de saúde pública do mundo traz consigo desafio da universalidade e equidade

A força do Sistema Único de Saúde (SUS), que completa nesta terça, 17, 34 anos de existência, pode ser bem medida e aplaudida pela população durante esta pandemia do novo coronavírus. Com o país atingido fortemente pelo vírus, o SUS precisou se expandir de uma hora para outra e, assim, dar a resposta assistencial que a população necessitava. E isso só foi possível por ter sido constituído e ter sua sustentabilidade em conceitos, princípios, práticas e protocolos consolidados.

Criado em 17 maio de 1988 para dar assistência gratuita e universal a toda a população, o SUS atende especialmente aos 190 milhões de brasileiros e brasileiras que não têm plano de saúde privado.  Graças a sua estrutura descentralizada nos estados e municípios, durante a pandemia foram criados quase uma centena de hospitais de campanha e 3.100 vagas extras em UTIs nos hospitais públicos.  Sem o SUS, a pandemia teria instalado o caos social e o Estado contabilizaria um enorme prejuízo com muito mais vidas perdidas.

“Ficou claro nesta pandemia o quanto o SUS é importante para nossa sociedade. Com ele foi possível uma enorme mobilização e construção de leitos de UTI, tornando a oferta maior na rede pública. Além disso, ele foi o principal responsável por garantir o acesso universal às vacinas, salvando muitas vidas. O SUS é o maior e mais complexo sistema de saúde pública do mundo com seu desafio da universalidade e equidade.  E ser um sistema universal, que dá direto a todos, é algo grandioso quando se considera que 80% da população é SUS dependente”, comenta Soraya Smaili,  professora da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e coordenadora do SoU_Ciência.

O SUS é cria da Constituição de 1988, que definiu a saúde como “direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação”. Sua organização dependeu de um conjunto de políticas públicas, baseado na atuação coordenada e solidária dos governos federal, estaduais e municipais em atenção primária e especializada, vigilância sanitária e epidemiológica e assistência farmacêutica.

Vale ressaltar que a União gasta menos com o financiamento do SUS do que outros países com sistemas universais semelhantes. E mesmo com pouco recurso, a existência de algum tipo de amparo pelo SUS já se mostrou crucial para a sobrevivência de muitos no país. E é justamente por isso que esta data de 17 de maio precisa ser comemorada por toda nossa sociedade.

Documentário “Saúde tem Cura” mostra importância do SUS

A importância do SUS é o tema do novo documentário “Saúde tem Cura” do cineasta Silvio Tendler, e terá sessão especial no Estação Botafogo, no Rio de Janeiro, no próximo dia 31 de maio.

O filme terá depoimentos de médicos e pesquisadores, como Drauzio Varella, Margareth Dalcolmo, Rita Helena Borret (médica na favela do Jacarezinho), população usuária e pessoas que trabalham no dia a dia dos atendimentos.