No Brasil, instituições públicas de ensino lideram registros no Inpi
Um dado recentemente divulgado pelo Instituto Nacional de Propriedade Industrial (Inpi) mostra mais uma potencial vertente promovida pelas universidades públicas brasileiras: a inovação. De acordo com o instituto, entre 2014 e 2019, 19 dos 25 maiores depositantes de patentes nacionais são universidades públicas. A Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) lidera o ranking. Também figuram na lista dos maiores desenvolvedores a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), a Universidade de São Paulo (USP), a Universidade Federal da Paraíba (UFPB) e a Universidade Federal de Campina Grande (UFCG).
“A pesquisa realizada aqui no Brasil é de excelência. Não sem razão, nossas universidades são reconhecidas e destacadas em diversos rankings, inclusive internacionais, no que diz respeito à produção científica. E essa intensa e valiosa produção é realizada nas mais diversas áreas do conhecimento, desde a médica e da saúde, passando pelas engenharias, pela biotecnologia, até chegar à área ambiental, com nossos pesquisadores inovando e transformando o saber em soluções para as mais diversas questões e problemas a serem enfrentados pela sociedade”, destaca Soraya Smaili, coordenadora do centro SOU_Ciência.
Pedido de patentes poderia ser maior
Apesar de as universidades públicas representarem maioria das instituições que pedem patentes dentro do país, com o número crescendo a cada ano, o volume de pedidos internos poderia ser ainda maior. Em 2019, o Inpi recebeu 25.396 pedidos de patente. Desses, apenas 5.465 solicitações vieram de dentro do país. Outras 19.931 solicitações partiram de empresas ou instituições de fora.
“Sem dúvida, as universidades estão realizando um ótimo trabalho. O número de patentes pode parecer baixo no país, mas a questão é que deveríamos ter mais patentes vindas do setor privado e do setor industrial e isso não está acontecendo. Nos EUA, por exemplo, os pedidos de patentes vêm principalmente do setor produtivo”, reforça Soraya.
No Índice Global de Inovação de 2020, realizado pela Organização Mundial de Propriedade Intelectual, pelo Instituto Europeu de Administração de Empresas (Insead) e pela Cornell University, das 131 nações que participaram da análise, o Brasil ficou na 62ª posição. Em relação aos 37 países da América Latina e Caribe, o Brasil aparece na quarta posição, atrás do Chile (54º), México (55º) e Costa Rica (56º). No ranking global, os 10 países mais bem colocados do índice são Suíça, Suécia, Estados Unidos, Reino Unido, Holanda, Dinamarca, Finlândia, Singapura, Alemanha e Coreia do Sul.