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Levantamento do SoU_Ciência  em parceria com Idea Big Data aponta que 94,5% das pessoas são a favor da vacina

Veja aqui matéria completa com infográficos

A pandemia do coronavírus já atingiu números devastadores no Brasil, ultrapassando a marca de 579 mil mortes. Em meio a tanto medo e incertezas, a vacinação se configura como um símbolo de esperança na vida da população brasileira.

Apesar de todos os desencontros entre governo federal e estaduais quanto às estratégias de controle da pandemia, o levantamento do SoU_Ciência revela que 94,5% das pessoas tomaram ou pretendem tomar a vacina contra a COVID-19, e apenas 5% dos entrevistados declararam não ter intenção de toma-la. A corrente de apoio à vacinação entre a população é perceptível, sendo muito comum as pessoas encherem os olhos de lágrimas e declararem sentir alívio ao tomar o imunizante em um dos pontos de vacinação. Muitas, inclusive, se arrumam e tiram fotos para postar nas redes sociais, para registrar, partilhar e comemorar o ato da vacinação.

O movimento de vacina em nosso país é motivo de orgulho. Enquanto a imunização entre os brasileiros é extremamente popular, entre os norte-americanos o efeito não é o mesmo. Segundo uma pesquisa do Gallup, de julho de 2021, o índice de pessoas querendo se vacinar no Brasil chega a ser quatro vezes maior que nos Estados Unidos, onde a rejeição à vacina chegou a 20%; muitos norte-americanos alegam que não observam segurança no imunizante e estranham o fato de terem sido produzidos em pouco tempo.

Soraya Smaili, farmacologista, ex-reitora da Unifesp (universidade que fez a pesquisa clínica da vacina Oxford no Brasil) e coordenadora geral do SoU_Ciência, acredita que a pesquisa revela o amplo apoio à vacinação: “Nossa população não embarcou no negacionismo e no movimento antivacina, ao contrário, quer estar vacinada e quer defender a vida – essa é uma notícia que nos faz crer que temos chance de sucesso na contenção do vírus, mesmo que novas vacinas tenham que ser aplicadas, em função das variantes. O gargalo é o financiamento da ciência e de nossas universidades, o que vem retardando inclusive a vacina brasileira”.

Vacina e politização

No Brasil, são minoritários os segmentos que aceitaram a politização da pandemia e da imunização, mas há associação entre rejeição à vacina e posições políticas de direita. Entre as pessoas que aprovam a gestão do governo federal, 11,4% renegam a imunização contra a COVID-19, enquanto entre as que desaprovam o governo a negação cai para 2,9%.

O grau de escolaridade também pode ser um fator importante a ser levado em consideração para analisar o comportamento quando se trata de rejeição às vacinas. Pessoas que cursaram somente o ensino fundamental registram índice de 7,8% de rejeição, enquanto pessoas que cursaram ensino superior chegam somente a 1,7%. Vale destacar que entre as diferentes raças/etnias, os negros são os mais favoráveis à vacina (apenas 3,3% não pretendem se vacinar).

O SoU_Ciência apresentará mais informações sobre esta pesquisa. Aqui, a sociedade fala e nós direcionamos os estudos e as propostas para as políticas públicas.

* Levantamento realizado pelo Centro SoU_Ciência, em parceria com o Maurício Moura (George Washington University) e Instituto Idea Big Data. A pesquisa envolveu 1.248 entrevistas, entre 2 e 5 de agosto, com homens e mulheres de 16 anos ou mais, residentes em todas as regiões do Brasil. A amostragem foi feita por cotas segundo perfis da Pnad 2018 e do Censo 2010, realizada via inquérito telefônico a partir de uma central CATI e possui grau de confiança igual a 95%, com margem de erro máxima de 3 pontos percentuais, para mais ou para menos.