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Ranking THE insere sete universidades brasileiras na lista das dez melhores da América Latina; dessas, seis são públicas

Na última sexta, 14, a mundialmente conhecida consultoria britânica Times Higher Education (THE) divulgou o ranking das melhores universidades da América Latina, onde o Brasil aparece em local de destaque, tendo sete das dez melhores instituições de ensino superior e dessas seis sendo públicas. Trata-se de mais um importante indicador que revela a capacidade e a qualidade das nossas universidades, mesmo diante de um cenário de escassez cada vez maior de recursos, com cortes e contingenciamentos.

O ranking, que avaliou 197 instituições em itens como ensino, pesquisa, citações acadêmicas, impacto internacional e receita da indústria (transferência de conhecimento), traz no topo a Pontifícia Universidade Católica do Chile. Em segundo vem a Universidade de São Paulo (USP), seguido pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). A Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) aparece em sexto. Fecham a lista das dez melhores a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), em oitavo, a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), em nono, e a Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio), em décimo.

Os indicadores do THE são mais uma forma de evidenciar o papel fundamental desempenhado pelas universidades federais e estaduais, principalmente no que diz respeito ao desenvolvimento da pesquisa e da produção de ciência e tecnologia no Brasil. Em 2020, 53,3% dos estudantes de mestrado e doutorado, 52,2% dos programas de mestrado e doutorado e 54,9% dos docentes que atuavam na pós-graduação estavam justamente nas universidades federais. Isto significa que mais da metade da pós-graduação e da pesquisa do país são realizadas nessas instituições públicas de ensino superior.

No entanto, nos últimos tempos, constantes cortes de verbas e remanejamentos para outros órgãos por parte do governo federal continuam atingindo o funcionamento das instituições e a oferta de bolsas para os alunos mais necessitados. Recentemente, o SoU_Ciência em parceria com o Instituto Serrapilheira divulgou o painel “O Financiamento da Ciência e Tecnologia no Brasil”, em que mostrou os terríveis cortes de recursos sofridos pelas universidades federais nos últimos anos, com mais de 50% de queda nos recursos de custeio e de 96% nos recursos de investimentos.

A situação de fato é muito preocupante e se a política de cortes seguir seu curso, será muito difícil nossas universidades seguirem suas atividades de ensino e pesquisa, contribuindo para o desenvolvimento do país e figurando em locais de destaque nos rankings internacionais.

Crédito da imagem: Times Higher Education