As perdas de aprendizagem ao longo da pandemia seriam mesmo irrecuperáveis?
Pesquisa realizada pelo Datafolha apontou que 43% dos brasileiros consideram irrecuperáveis as perdas de aprendizagem ao longo da pandemia. Entre pais e mães o índice chega a 48%. Os jovens, entre 16 a 24 anos, no entanto, têm uma visão mais positiva: 71% acreditam que as perdas podem ser recuperadas. O levantamento encomendado pelo Instituto Unibanco foi publicado nesta quinta-feira (20) pelo UOL.
Os problemas enfrentados por toda a Educação nesta pandemia mostraram a urgência com que estes devem ser enfrentados, por meio de políticas públicas estruturadas, modernas, e com um debate amplo com a sociedade. Os governos precisam apostar e planejar nas formas de alfabetização, como também devem realizar ações voltadas aos estudantes do ensino médio, às universidades públicas, em particular federais e à produção científica nacional.
Serão necessárias ações contundentes de nossos representantes no Congresso Nacional para reverter os cortes nas várias áreas do Ministério da Educação, incluindo os cortes orçamentários da Capes, que podem levar a também a um colapso do sistema de pós-graduação brasileiro. Bolsas de mestrado, doutorado e pós-doutorado estão sendo cortadas ou não renovadas, levando à interrupção de programas de fomento e ações voltadas à internacionalização.
Como já mencionamos, estamos em meio a um apagão na Educação, e ainda enfrentamos a maior crise social e econômica dos últimos 20 anos. De acordo com a Unesco, em países de rendas baixa e média, como o Brasil, o percentual de menores afetados pela pobreza do aprendizado, que era de 53% antes da pandemia, mas pode agora chegar a 70%.
Dado o preocupante cenário e o fato de que estamos em ano eleitoral, é fundamental que cada eleitor desse país esteja atento às ideias e projetos que os candidatos devem trazer para o tema Educação. Não dá para esconder ou minimizar os graves prejuízos que essa crise sanitária trouxe para o nosso já tão desigual desenvolvimento educacional. Não podemos passar mais quatro anos com novos desmontes. O caminho é árduo, mas de possível recuperação, desde que educação e ciência sejam realmente valorizados e cuidados como acontece nos países desenvolvidos ao redor do mundo.
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