RELATÓRIO 3
Cotas para a população negra nas
universidades estaduais brasileiras:
da precariedade dos dados aos novos desafios
O relatório Cotas para a população negra nas universidades estaduais brasileiras: da precariedade dos dados aos novos desafios tem como objeto de análise a política de reserva de vagas para ingresso nas instituições públicas estaduais de educação superior. Essas instituições se caracterizam por sua autonomia acadêmica e de acordo com as normas de cada unidade da federação. Essa autonomia inicialmente foi boa para a implantação de ações afirmativas, entretanto, são essas mesmas universidades que avançaram pouco nos últimos anos nesse quesito, quando não retroagiram. O relatório traz uma análise histórica da implementação das ações afirmativas, com destaque especial ao protagonismo do Movimento Negro, e evidencia que o Brasil vive uma realidade de desigualdade de acesso à educação superior, motivada pelas consequências do racismo. A análise contempla também os dados presentes nos Censos da Educação Superior com foco no diagnóstico das cotas, mostrando o número de vagas, os tipos de cotas e, sobretudo, avaliando a presença da população negra, principal objeto da demanda por cotas. Em relação às universidades estaduais, muitas adotaram cotas para ingresso na graduação, mas há instituições que, mesmo em 2023, ainda não implantaram cotas para negros.
universidades estaduais
Em 2022, havia 9.443.597 estudantes matriculados em todas as Instituições de Educação Superior (IES), sendo 2.076.517 em públicas e 7.367.080 em privadas.
Nas universidades públicas estaduais eram 475.136 (30,5%) estudantes, nas federais 1.052.148 (67,5%) e nas municipais 30.554 (1,1%).
As estaduais são responsáveis por 30,5% das matrículas em universidades públicas.